Um lugar de culto...

segunda-feira, outubro 18, 2004

A Vergonha continua!

A nossa equipa foi esta noite vergonhosamente empurrada para a derrota pelo árbitro Olegário Benquerença e os seus auxiliares. Tudo começou com uma falta nítida de Seitaridis sobre Karadas dentro da área portista, cujo resultado final foi... um amarelo mostrado ao jogador benfiquista. Depois, o juiz mostrou, sem justificação, o cartão vermelho a Nuno Gomes e um dos seus auxiliares não viu um golo limpinho porque não quis ver. Petit desferiu um violento remate de meia-distância aos 78 minutos, Vítor Baía não segurou o esférico e acabou por tirá-lo para lá da linha de golo. No entanto, para surpresa até dos jogadores do FC Porto, o árbitro não validou o tento.

Um autêntico escândalo, com natural influência directa no jogo. Ainda só vamos na sexta jornada, mas os erros constantes contra o Benfica começam a ser inacreditáveis e inqualificáveis. A liderança do Benfica está a incomodar muita gente e os resultados estão à vista. Mais uma vez a verdade desportiva não prevaleceu e assim será quase uma missão impossível atrair público aos estádios. O erro imperdoável da arbitragem ditou a primeira derrota da “águia” na Superliga.

Para o primeiro clássico da Superliga, a única surpresa no onze titular delineado por Giovanni Trapattoni foi a inclusão de Geovanni no lugar habitualmente ocupado por Zahovic. O brasileiro jogou nas costas de Nuno Gomes, uma opção que visou reforçar a velocidade e força no um para um da linha atacante da nossa equipa. De resto, o Benfica apresentou-se com o seu habitual sector defensivo – Moreira na baliza e um quarteto formado por Miguel, Luisão, Ricardo Rocha e Fyssas – e intermediário – Manuel Fernandes e Petit no centro e Simão e João Pereira nos flancos.

Do lado do FC Porto, o técnico espanhol Victor Fernandez apostou em dois triângulos - no meio-campo Costinha, Maniche e Diego funcionavam como os municiadores do trio ofensivo formado por Derlei, McCarthy e Carlos Alberto. Em relação à defesa, Ricardo Costa foi o elemento escolhido para substituir o lesionado Nuno Valente no lado esquerdo. Baía, Seitadiris, Jorge Costa e Pepe completaram o sector defensivo.

Quando ainda se estava a analisar os efeitos da entrada de Geovanni no onze benfiquista, o FC Porto adiantou-se no marcador logo aos nove minutos, por intermédio de McCarthy. O sul-africano disparou colocado de fora da grande área, aproveitando com êxito um erro de Fyssas (intranquilo, o grego entrou mal no jogo). O Benfica surgiu excessivamente nervoso na fase inicial do jogo acusando o peso da partida e a sua enorme carga mediática, e pagou caro a “factura” de não ter conseguido impor-se.
Benfica melhora na segunda parte, mas Benquerença resolve “aparecer”.

Os minutos seguintes demonstraram um Benfica com dificuldades para ultrapassar a linha defensiva portista. A circulação de bola não era positiva e o meio-campo não conseguia alimentar o ataque. Dois livres de Petit (o primeiro obrigou Baía a uma defesa apertada e o segundo saiu por cima do travessão) foi o melhor que a nossa equipa conseguiu produzir em termos de oportunidades de golo. Perante a inoperância atacante, Trapattoni substituiu João Pereira por Karadas aos 26 minutos, alteração que provocou o regresso de Geovanni à posição de extremo direito. No entanto, até ao final da primeira parte, o conjunto de Trapattoni continuou incapaz de fazer uma eficaz ligação entre o meio-campo e o ataque, face à forte pressão exercida pelo FC Porto na zona intermediária e sobre os flancos.

A etapa complementar começou praticamente com a melhor ocasião criada até então pelo Benfica e também com o início da Vergonha! Miguel cruzou ao segundo poste, do lado direito, e Karadas, na zona da pequena área, atirou ao lado... mas o norueguês foi claramente impedido por Seitaridis de finalizar o lance da melhor forma.

A oportunidade galvanizou a “águia” e a partir daqui o jogou tomou outro rumo. O Benfica soltou-se, reencontrou-se e assumiu o domínio do jogo. E na altura em que a nossa equipa ameaçava seriamente chegar, pelo menos, à igualdade, Olegário Benquerença resolveu ser o maior obstáculo para a nossa equipa. Primeiro ao expulsar injustamente Nuno Gomes, aos 59 minutos. O avançado tirou o esférico das mãos de Pepe para que a nossa equipa marcasse um livre e acabou por ser agredido pelo central brasileiro. Benquerença só devia expulsar o jogador do FC Porto, mas decidiu resolver as coisas de forma diplomática, ou seja para que nenhuma das equipas ficasse em inferioridade numérica, também mostrou o vermelho a Nuno Gomes. Bonito!

O pior estava para vir depois, mais concretamente aos 78 minutos, no lance que marcou decisivamente o jogo. Cinco minutos antes do erro capital do jogo da equipa de arbitragem, Zahovic, de cabeça, falhou a melhor oportunidade do nosso conjunto ao longo dos 90 minutos. Após um excelente trabalho de Fyssas, o esloveno cabeceou, livre de adversários, no coração da área, mas o esférico saiu à figura de Baía.

É evidente que o golo mal invalidado ao Benfica enervou a equipa que, apesar de tantas contrariedades, lutou até ao fim para não sofrer a sua primeira derrota no campeonato. Custa muito perder assim, mas agora há que levantar a cabeça, pois na próxima quinta-feira há um jogo muitíssimo importante com o Heerenveen, relativo à 1ª jornada do Grupo G da Taça UEFA. Pode ser que a nossa equipa não seja prejudicada nesse jogo, uma vez que o árbitro que vai apitar a partida não é português.

segunda-feira, outubro 04, 2004

Análise ao Guimarães-Benfica

MOREIRA – Não foi obrigado a efectuar nenhuma intervenção até aos 78 minutos, altura em que brilhou ao atirar para canto um remate de Nuno Assis. Depois de cinco jogos consecutivos sem sofrer golos, foi obrigado a buscar o esférico ao fundo das redes por causa de um penalty inexistente. Ingrato.

MIGUEL – Magnífico corte logo aos dois minutos a impedir que Djurdjevic ficasse isolado. Dobrou bem os centrais e a sua velocidade foi providencial para limpar algumas iniciativas ofensivas do adversário. Na segunda parte trocou de funções com João Pereira e o Benfica beneficiou com isso, uma vez que a rapidez e a imprevisibilidade do polivalente jogador foram uma constante dor de cabeça para a defensiva minhota.

RICARDO ROCHA – Mais 90 minutos cumpridos sem um único erro. Imperial no jogo aéreo e vários desarmes de enorme classe. Notável corte de cabeça aos 65 minutos a impedir que Romeu cabeceasse para o golo. “Obrigou” Marco Ferreira a ver a cartolina vermelha. Atravessa um magnífico momento de forma. Para quando o regresso à Selecção Nacional?

LUISÃO – Mais um jogo em que ficou evidente o seu entendimento perfeito com Ricardo Rocha. Silva e, depois, Romeu passaram completamente ao lado do jogo por culpa do acerto da dupla dos centrais benfiquista. Tal como Ricardo Rocha, limpou tudo o que havia para limpar na sua zona de intervenção. Foi vítima da “má visão” do árbitro no lance da grande penalidade inexistente.

FYSSAS – A habitual consistência defensiva. Apoiou bem Simão na segunda parte e fez duas boas assistências para Nuno Gomes. Eficaz no capítulo do passe.

MANUEL FERNANDES – Fenomenal exibição deste portentoso jogador. Tem um pulmão enorme e a sua imensa disponibilidade física é um argumento de peso para a nossa equipa impor-se no meio-campo. Está a ganhar confiança nas acções ofensivas.

PETIT – Esteve em destaque na fase inicial do jogo, ganhando dois livres perigosos. Boas aberturas e a habitual garra defensiva, assinalada com magníficos desarmes. No último minuto do jogo, viu Palatsi impedir-lhe de marcar o seu segundo golo no campeonato, de livre directo.

JOÃO PEREIRA – Primeira parte discreta. Um bom lance a meio da primeira parte e pouco mais fez de relevante em termos ofensivos. Cresceu no segundo tempo quando passou para lateral.

SIMÃO – Amarelou Paulo Turra logo aos quatro minutos. Teve quase sempre a oposição de dois defesas vimaranenses na primeira parte, o que dificultou sobremaneira as suas acções ofensivas, mas, na etapa complementar, já foi aquele jogador a que nos habituou, criando sucessivos lances perigosos. Aos 46 minutos falhou uma soberana ocasião de golo, mas redimiu-se com um livre exemplar, aos 68 minutos. Por este andar vai voltar a ser o melhor marcador do Benfica na temporada.

ZAHOVIC - Protagonizou os dois lances mais vistosos do Benfica na primeira parte. Aos 33 minutos desferiu um remate cruzado que levou o esférico a passar muito próximo do poste esquerdo e perto do intervalo atirou a bola às malhas laterais, na sequência de um pontapé de canto. Foi substituído por Geovanni no segundo tempo.

NUNO GOMES – Excelente remate aos 14 minutos a obrigar Palatsi a fazer uma defesa muito apertada. Quatro minutos depois, voltou a estar perto do golo com um remate cruzado. Muito activo e com uma grande mobilidade, serviu bem os extremos e não deu um minuto de descanso aos defensores adversários. Fazendo alarde da sua notável capacidade de desmarcação, ficou isolado aos 62 minutos mas Palatsi impediu que o internacional português marcasse o seu golo nº100 no campeonato. Não merecia ter ficado em “branco”.

GEOVANNI – É o talismã do Benfica. Mais uma vez entrou e resolveu o jogo. Sensacional o livre que permitiu à nossa equipa sair de Guimarães com os merecidos três pontos. Obrigado Geovanni!

SOKOTA – Entrou depois do golo do empate do V.Guimarães. A sua presença na grande área foi fundamental para a nossa equipa reforçar a sua força ofensiva.